Eu sei que aproveitei o que pude, que disse o que tinha que dizer, que cuidei dela sabendo que poderia perdê-la com muito amor, que nunca a fiz se arrepender de ter tido filhos, que ela se foi sabendo o quanto era importante para nós...Fico bem sabendo que pudemos cuidar dela, ela que por sua história de vida (sua e de seus irmãos) nunca foi cuidada por ninguém...Me consola muito saber que fomos felizes juntos, éramos uma família feliz. Sempre soube que tinha uma mãe especial...muitas vezes, ainda mais depois que vim para São Paulo, eu pensei sozinha: "Essa minha mãe viu...", depois de perceber alguma coisa especial que ela fez por mim ou por meu irmão...Coisas que só mãe faz.
Mesmo sabendo que tudo foi o melhor possível, não me conformo com o que não vamos viver...Sempre tive tudo, sempre me achei feliz, uma felicidade equilibrada, verdadeira mesmo, com uma vida completa....Hoje me pergunto como continuar sendo assim, feliz, com esse vazio tão grande que a ida dela deixou...Como fazer tudo sem ela?
Perdemos muito em tão pouco tempo...
Nem quero ficar pensando em como será possível fazer tudo daqui para frente sem ela, porque tudo até aqui foi COM ELA...Uma mãe presente sempre!
Sei que por tudo isso, por mais que hoje não consiga mais falar com ela, ela é e será sempre muito presente ainda, pois deixou muito dela em nós, amigos, irmãos, filhos...
Vejo ela em mim em muitas coisas que faço...Sei exatamente o que ela me diria em cada situação...Mas sinto uma pena imensa em pensar que daqui para frente ela não vai ver ou participar do que virá...
Teríamos muitas idas à praia, como em todos os anos, em que ela caminhava muito na areia, em que eu a encorajava sempre a ir mais para o fundo do mar, e ela tinha muito medo...
Teríamos muitos natais, como em 2007, que foi pela primeira vez lá em casa...chance única que tivemos!
Quantas vezes ainda eu veria ela sorrindo me vendo chegar em Cruzeiro depois de 2 ou 3 semanas em São Paulo...Ela sempre dizia: "Saudade!", com um sorriso engraçado e um abraço forte. Como sempre, tiraria várias coisas da geladeira que fez especialmente para nossa chegada (claro, a chegada do meu irmão sempre foi feliz demais!).
Eu veria ela toda orgulhosa escolhendo seu vestido para minha formatura ano que vem, e palpitando muito no meu vestido...Ela ficaria muito feliz, chegaria em Cruzeiro exagerando muito em como a festa foi linda, a festa da USP...
Eu com certeza teria que pedir que ela não contasse para todo mundo sobre meu primeiro emprego...Ela com certeza acharia o máximo não importasse o que fosse...
E meu casamento? Nossa! Ela iria comigo pesquisar vários preços, várias lojas para tudo. Ela já disse que eu teria uma festa grande, já que em seu casamento não teve festa...Não consigo imaginar uma festa de casamento sem ela...
Ela seria a avó mais coruja do mundo, porque sempre amou bebês! Seria lindo ver ela me ensinando tudo. E meu filho moraria em uma cidade grande, mas passaria as férias inteiras na casa da avó no interior...Sempre imaginei isso! Uma das coisas que ela mais falou chorando nesses meses da doença foi em sua vontade de ver eu e meu irmão mais velhos...
Quantas conversas eu ainda teria com ela, sobre meu futuro, sobre o futuro do meu irmão, sobre o trabalho do meu pai, sobre como eu deveria lidar com as pessoas...Quantas vezes eu ainda ligaria para ela contando sobre uma conquista, e ouviria ela dizer um feliz "AH É?", ou então ligaria para contar algo que não deu certo, e ela passaria por cima como se não fosse grande coisa mesmo...
Quantas vezes eu iria sair em Cruzeiro para comprar roupas com ela...Quantas vezes ela ainda cortaria meus cabelos, seguindo a risca o que eu pedia, ou arrumaria minhas unhas conversando comigo sobre alguma coisa que aconteceu em Cruzeiro quando eu não estava...
Quantas vezes ela viria ainda em minha cama, um pouco antes de dormir, ler uma parte da biblia que ela descobriu de repente e que queria me mostrar...
Quantas vezes viria com seus livrinhos de saúde mostrar que eu tenho que tomar tal vitamina, ou comer tal fruta...
E quanto ainda me acordaria cedo perguntando se melhorei da dor de cabeça que reclamei ontem de manhã, e que nem eu me lembrava que tinha sentido...
Nunca mais...
A morte é muito dura. Como pode alguém sumir, deixar tudo para trás, não ver os sonhos que construiu comigo se realizar...Como O NUNCA MAIS pode existir? Mãe, como sua ausência pode ser eterna?
Que saudades desta amiga,e mae linda que se orgulhava de vcs...
ResponderExcluirQue saudades desta amiga que mesmo as vezes triste estava sempre sorrindo...
Que saudades...
Aline querida que Deus sempre te de forças a vc e o thiago ao seu pai...
Porque um dia nao mto longe vai encontrar sua mae...
Jesus esta voltando...
e tenha isso em mente vai ver sua mae sorrir denovo...esta dormindo um sono profundo e descansando...
se precisar conte comigo...
estarei aqui...
bjos.
Lindinha, não sei o que escrever, estou mto emocionada...Tbm queria que ela estivesse em tds esses momentos com vc e, qd li o que vc escreveu que ela faria em cada momento, parecia que a via fazendo td isso mesmo! Tbm não sei lidar com esse "nunca mais"...acho que ninguém sabe e a vida consiste em aprender isso, pq convivemos sempre com mtos "nunca mais", alguns mais fáceis de lidar, outros insuportáveis...mas, ele sempre está presente...o ausente sempre está presente! Queria que td fosse diferente tbm...E, como vc disse, tenho certeza que ela está mtooo presente dentro de vc e que o sonho dela seria te ver feliz em tds esses momentos que descreveu!
ResponderExcluirLindinha, não sei mais o que dizer...só quero que saiba que sempre estarei ao seu lado, lembrando da sua mãe junto com vc e querendo saber o que ela diria em cada situação!
Eu te amo pra sempre...e amor é pra sempre!
Bjos da Lu!