Quando arrumo a casa, quando estudo, quando vejo meu irmão estudando, fazendo planos, quando faço planos, quando vejo meu pai varrendo o quintal e arrumando as contas, fico bem, sinto uma paz...
Acho bonito como a vida continua, sinto que somos fortes, apesar de um buraco imenso ter sido aberto na família e dentro de nós. O que passamos foi e está sendo muito duro...nas muitas idas ao hospital, nas esperas de exames, nas noites em que minha mãe não dormia, nas conversas angustiantes sobre morte que tínhamos com ela, na última semana quando nos deparamos com a realidade de que não havia muito tempo e iríamos perdê-la, na ausência dela em nossa casa, na visita ao cemitério, tudo muito triste! São situações que sempre me desesperei em pensar acontecer com a gente, mas aconteceu, e ainda estamos vivendo. Agora sinto que consigo enfrentar quase tudo na vida, consigo ver menos problemas nas pequenas coisas, e não tenho mais tantas ilusões. Ainda acredito que temos momentos muito bons, dá para ser feliz, mas ninguém está livre de nada, nada! E tudo tem um fim, temos que aproveitar tudo mesmo, tudo tem seu tempo de ser, e desperdiçar isso com coisas sem importância só nos faz perder chances...Clichê né? Na verdade assim sempre pensei, mas só agora sinto assim...
Hoje estou bem. Sei que minha mãe temia que nós não fôssemos para frente se ela fosse embora, então ficar bem é necessário, me faz sentir que vivo por ela.
Mas sei que por muito tempo vai ser duro sentir sua ausência. Sempre que fico triste e choro é de pensar que há tão pouco tempo tudo estava tão bem, e ninguém poderia imaginar o que aconteceria...
É duro saber que não adianta chorar, nada vai mudar...
Agora sei o que realmente é sentir saudades, dói, e só vai acabar quando for a minha vez...O tempo ajuda a convivermos com isso, a por os verbos no passado...
O mais estranho é sentir que ela só existe dentro de nós...
(PS. Vou continuar a contar tudo que aconteceu, cronologicamente...Não estou achando tempo, mas quero fazer isso...Logo posto de novo)
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