segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A hora em que os pontos se unem


E se na verdade as pessoas morrem na hora que precisam morrer? E se existe mesmo uma missão de vida, traçada antes mesmo de nascermos, que pode ser uma tarefa bem especifica, ou uma mais geral como "se tornar uma alma melhor"? E se enquanto, espantados, assistimos uma vida interrompida em hospitais, acidentes, e velórios, na verdade mal sabemos que olhando la de longe, pra além de onde se enxerga, la onde mora o Divino, as coisas tem ordem, e seguem um destino, e nada foi interrompido? E se for mesmo a hora certa do fim? Cumpriu-se. E se aquela alma já não precisa tomar a lição da vida, de sofrer, de preocupar-se, de cansar-se? E se deixamos queridos para trás, em pedaços, pois esses sim ainda precisam aprender, precisam também evoluir, e cumprir o que foi escrito, pra então, na hora certa, juntarem-se a quem ja foi?

(Trinity Church - Boston/Aline, 2016) 
E hoje penso em quem foi cedo. Minha mãe, que cumpriu sua missão de ser mãe e luz. Meu pai, que cumpriu sua missão de ser pai e professor. Falo ainda de quem foi muito, muito mais cedo ainda. Aqueles números que de jeito nenhum parecem de fim, mas de começo: talvez 28, talvez 36. E acontece assim, tão de repente, mesmo com certo anuncio, tão no susto, tão estranho. Mas talvez no Divino não haja números, talvez o tempo seja contado em significações, em amores, em sorrisos, em olhares. Talvez não entendemos nada de Divino. Não sabemos da ordem divina das coisas, em que há hora pra nascer, e hora pra morrer.

É como ler um livro, ou ver um filme, e a historia não fazer sentido. Só entendemos a história no final, quando todos os pontos se juntam. Envolvidos em nosso sofrimento e dor que dura a vida toda, não conseguimos ver os pontos. Parece mesmo crueldade, tirar assim do convívio quem amamos tanto. Mas estão lá, todos os pontos, com começo, meio e fim, invisíveis ao nosso olhar. Até que chegue a nossa hora, unem-se os nossos pontos, e tudo faz sentido, e a historia se completa, e não há mais dor, só há paz e calma.


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(Desculpas pelo texto com as piores conjugações da historia. Acho que desaprendi subjuntivo. É que falar do que expressa incerteza é dificil pra caramba. Um dia volto e corrijo.


2 comentários:

  1. SAUDADES DAS SUAS POSTAGENS..

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  2. Oi Aline :) Já faz um tempinho que acompanho seu blog. Foi através de uma busca que a conheci, e vivemos histórias muito parecidas... Perdi minha mãezinha pra um câncer de pulmão e agora meu pai tb está com câncer e no pulmão tb. Obrigada por compartilhar um pouquinho dos seus sentimento conosco, me identifico e me sinto amparada.

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