Estou adiando para escrever aqui, embora ja tenha um texto pronto na minha cabeça, vindo de varios pensamentos aleatórios durante os dias em que tudo pode ser resumido em: saudades de um tempo.
Por enquanto vou colocar o link de uma historia que acabei de ler. É o texto de um oncologista que escrevia para o New York Times em 2011, sobre como era acompanhar a própria mulher num tratamento de cancer de mama. Acredito que ele parou, assim que o tratamento parou. Ela parecia curada. Ano passado uma metástase apareceu, e ele conta neste texto como foi lidar com a mulher, agora com um cancer terminal, em seus últimos meses.
O texto me fez chorar em vários momentos, porque é profundamente familiar. Várias cenas, procedimentos, os momentos de esperança e desesperança. Os sentimentos contraditórios. Estranho como neste mundo tao grande podemos estar ligados a pessoas que a gente nem conhece. Quantas pessoas por ai estão cantando musicas antigas, sorrindo ao lado de alguem querido, tentando disfarçar o terror da imagem dos ossos saltando nas costas e do abdomem cheio de liquido? Quantas pessoas estao saindo do consultorio medico com uma pergunta entalada na garganta? Quantos acompanham um pai no hospital, sem conseguir dormir imaginando como será o ultimo minuto? Tantas pessoas passam por tudo que minha familia passou. Outras pessoas com outras dores, tao proximas a de outras pessoas, mesmo distante. No velório do meu pai havia pessoas que no mês seguinte estavam la velando seu proprio pai. Neste outro velorio estavam pessoas que ontem estavam la velando uma sobrinha.
No final somos todos ligados pela mesma mistura de dores, alegrias, surpresas e medos.
O texto:
http://nymag.com/news/features/cancer-peter-bach-2014-5/#comments
Emocionante...
ResponderExcluirEspero que esteja bem! Abraços e fique com Deus.
Mara