segunda-feira, 4 de abril de 2011

4 de abril...

Depois de um tempo resolvi escrever hoje, que era aniversário da minha mãe.

Há alguns meses eu cheguei a seguinte conclusão: superei. Comecei a lembrar na minha mãe com uma saudade boa, parei de pensar em hospital e na doença que ela teve, toquei minha vida, me formei, arrumei um emprego...E quando eu penso em superar a morte de alguém em momento algum eu falo em esquecer. Isso nunca. Todo dia penso nela, mas não choro sempre, a ausência dela não grita no cotidiano, porque a cada dia mais dias são somados ao tipo de vida que tenho agora: vida sem mãe.

Mas mês passado, uma noite, sonhei com ela. Sonhei que ela voltou de viagem, e eu liguei pra ela e disse: "Mãe, que saudades de vc...". E ela me disse: "Aline, deixa disso, faz só dois dias que não te vejo". Nesse dia, do sonho, pensei nela o tempo todo! E naquela semana chorei várias vezes, com uma saudade doida. Em 2011 minha vida mudou muito. Não sou mais estudante, mudei de casa, arrumei um emprego, meu namorado veio morar no Brasil...Acho que estranhei ter uma nova vida que minha mãe nunca viu, nunca vai ver. E concluiu que na verdade ainda não aceito, não aceito, não adianta, não consigo entender a razão disso, como alguém como ela pode ter tido uma doença assim, do nada, que nem deu chance. Acho que eu NUNCA pensei que ela pudesse morrer tão cedo e ainda estou chocada, embora tenha me acostumado com ele choque.

Outra coisa que me fez pensar muito nela também é que, acreditem se quiser, ano passado meu pai descobriu um câncer de próstata, bem inicial (ufa!). Em março ele operou e acredito esteja tudo resolvido já. Mas além dessa doença rondar minha família de novo, nesses momentos que minha mãe faz MUITA falta. Meu pai sofre muito com a ausência dela, sinto que ele nunca mais foi o mesmo, nunca riu do mesmo jeito, e acho isso uma pena. Esses dias eu lembrei de quando eu acordava domingo de manhã e escutava meus pais rindo e conversando, assistindo tv, sem terem levantado ainda. Momentos que não voltam nunca, nunca...

Lembrei daquela frase de São Francisco de Assis que começa assim: "Senhor, dá-me força para aceitar as coisas que não posso mudar...".

Tem uma música que agora sempre me faz lembrar da minha mãe, chama Drops Of Jupiter, da banda Train. Ouvi dizer que o vocalista escreveu para sua mãe que morreu, e acho que tem tudo a ver, várias metáforas. (http://letras.terra.com.br/train/40685/). E essa música me ajuda a pensar na minha mãe de uma maneira positiva, sei que ela não está do meu lado, não posso falar com ela, pedir conselhos, correr quando preciso, mas ela está, de alguma maneira, dentro de mim e em todos os lugares. E ela me inspira sempre!

Desde que ela foi embora, em todos os lugares bonitos que eu fui, todas as conquistas que eu tive, os dias felizes e tristes, ela estava comigo. Não em espírito, ou algo assim (não acredito), mas me inspirando, em meus pensamentos, ela é a lembrança mais forte e profunda que tenho dentro de mim.

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