(Dezembro 2016)
São tantas.
Quieta, ouvindo os carros na rua.
Quase todos dormem, prontos para uma noite e um novo dia velho.
Como ontem.
Como antes de ontem.
Quem divide o tempo comigo?
Tempo quieto, quero, sempre.
Quieta, e sempre inquieta.
Quantas!
Inquietações, são tantas.
Um tanto sobre o que eu quis, outro tanto sobre o que não muda, mesmo se quisesse.
Por que?
Posso acreditar que ao ouvir dentro de mim, tomo controle, e mando embora?
Inquieta, quero ouvir tudo que sinto, de uma vez só.
Quero aquietar e controlar.
Mas não pode, moça quietinha.
Fique calma.
Deixe que sinta, sem forma, sem palavras.
Deixe a tristeza aqui, quieta.
Amanhã ela passa.
Tudo passa.
Quem sobrevive?
Ninguém!
Ninguém sobreviverá.
Tudo passa.
Mas tudo bem.
Aquieta-se.