As coisas estão em seu lugar, e acho que realmente o tempo ajuda, ainda bem. Minha vida não é a mesma, eu não sou a mesma. Sinto que em tão pouco tempo aconteceram tantas coisas, tantos momentos difíceis, tantas situações muito muito tristes e cruéis, que cresci. De repente, o que tinha de criança em mim ficou para trás, foi embora junto com minha mãe. E aprendi que não adianta me lamentar, não adianta bater o pé e querer que as coisas fiquem onde estão, elas não vão ficar. E depois de tudo acho que a maior lição que a vida me ensinou tirando minha mãe de mim foi que as coisas mudam, não importa o que você faça. E acho que hoje me sinto menos preocupada com muitos detalhes sem importância que antes martelavam na minha cabeça. Me sinto mais forte, pois sei que consigo enfrentar (quase) qualquer coisa. Sabe quando os passarinhos são empurrados para fora do ninho? Não é assim que eles aprendem a voar?
Não tem algo do qual eu sinta mais orgulho que minha família, principalmente meu pai e meu irmão. Eu sempre me senti mais forte, assim como achava minha mãe mais forte também. Mas eles me supreenderam, acho que eles também estão aprendendo a voar...E quando lembro de nós quatro, em tantas situações entre maio e agosto de 2008, agradeço a Deus a família que Ele me deu!
Ano passado eu perdi muito...E em 2009, no mês que completar um ano da morte da minha mãe, vou realizar um sonho. Penso na ironia, mas penso também em como é bom realizar sonhos, depois de tudo isso. Minha mãe sempre foi a pessoa com quem eu dividia todos os meus planos. Quando falo isso, eu lembro das muitas vezes em que eu fiquei com ela na cozinha de casa conversando sobre eu vir estudar em São Paulo, e de como naquela época parecia mais dificil do que foi, e lembro também de como ela sempre achou que eu poderia chegar onde eu quisesse e de como ela acreditava em mim. Isso vai ficar comigo para sempre! Por isso, realizar sonhos hoje é honrar aquela que sempre sonhou os meus sonhos...
E acho que por isso eu ando muito bem. Eu ando me sentindo feliz. Agora quando eu vou dormir, ao invés de pensar no que passou, eu penso no que estar por vir, e de como ela ficaria feliz em nos ver bem. Assim eu durmo muito rápido...
Eu ainda quero contar neste blog algumas situações que eu vivi com minha mãe em hospitais, algumas conversas que a gente teve quando ela estava doente, mas ando sem tempo e sem coragem de lembrar. Até agosto eu escrevo tudo.
Agradeço às pessoas que entram aqui atrás de notícias de mim.