Hoje tivemos uma consulta com o oncologista, com resultados novos de exame de sangue e de um ultrasom do abdômen. Tudo do sangue que não estava mt bom melhorou! Funções hepáticas, infecção, etc etc etc...O CEA, que é um marcador tumoral, que é usado para acompanhar o efeito da quimio, abaixou bastante! Percebi que até o médico se aurpreendeu, afinal minha mãe fez apenas 1 ciclo de quimio! No ultrassom, tudo dentro do esperado!
Hoje to cansada, amanhã falo mais detalhes sobre isso!!!
É que não posso perder a chance de postar logo boas noticias!!!
(ahhh o titulo desse post foi escrito pelo médico em um resuminho feito para a nutricionista, sobre minha mãe. Resposta ao tratamento é tudo que venho pedindo a Deus nos últimos dois meses!!)
abraços a todos!!!!!!!!!!!
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
"...construir todas as suas estradas no hoje"
É estranho como que com o tempo a gente começa a chorar menos, a gente começa a botar as coisas para frente, a gente começa a incorporar a doença ao cotidiano...Isso tem muito de conformismo, eu sei. Mas chega uma hora que a gente pensa: "A vida tem coisas ruins. Uma das coisas ruins da vida está ai na nossa cara. O que fazer? Ou lutamos ou nos entregamos". E fico feliz em ver que mesmo com toda essa loucura, nós estamos conseguindo rir.
Nas duas últimas semanas consegui estudar um pouco, consegui cumprir obrigações. Isso é bom! Minha mãe andou bem pra baixo, chorando muito, mas Graças a Deus há 2 dias ela está mais animada: comenta sobre outros assuntos, assiste TV, lê revistas. E como deve ser dificil para ela lutar!!! De repente saiu de Cruzeiro, da casa dela, largou tudo que faz há anos. Está há exatos 49 dias longe de lá!!! É muito!!! Isso nunca aconteceu. E além disso, ainda tem que conviver com dores físicas, incertezas, milhares de agulhas (o braço dela, que já estava fino, agora está roxo!)...
Nossa!!! Como a vida prega peças mesmo!!!
Sempre tive muita consciência de como minha família era feliz, de como tive sorte em ter os pais que tenho! E sempre tive medo de perder isso. Claro que a gente nunca acha mesmo que vai acontecer com a gente, mas meu lado neurótico e preocupado demais me fazia sentir uma "tragédia" a qualquer momento. Por isso sempre valorizei eles demais!!! Meus programas sempre foram "programas-família", e por ai vai...
Todos sabemos que coisas ruins acontecem, e ninguém está livre. Mas não esperamos MESMO que seja com a gente. E essa é a parte mais dificil disso tudo. Há três meses tudo estava perfeito, pelo menos na minha concepção!!! E Perfeito não é exagero!
Meu irmão passou esse ano no vestibular, e está gostando do curso. Meus pais, embora com saudades do meu irmão, estavam se virando em Cruzeiro sem ele. Meu pai estava às vésperas de se aposentar. Falo de mim: eu estava muito animada com a vida! Esse ano comecei a gostar muito mais da faculdade e de São Paulo! Estava com planos gigantes de futuro...Contei isso para pouquíssimas pessoas (acho que nem deu tempo de contar, mas no fundo achei melhor esperar para ver se ia rolar mesmo), mas tinha fechado um programa de intercâmbio para as férias de final de ano. Íamos uma amiga da faculdade (a Isa, que agora vai sozinha) e eu. Até me lembro de ler no contrato algumas razões de desistência...Tinha alguma coisa ligada a doença grave na família....Quem diria!
De repente tudo se desmoronou. Como uma boa conformista, os planos se espatifarem no chão não é o pior (tenho muito tempo para viver!). E acredito de verdade que as coisas têm um propósito....É engraçado pensar que nesse ano eu estava criando asas, dai alguma coisa me puxou de novo para o ninho...
As prioridades mudaram. Toda euforia que eu estava sentindo passou. Agora nem tem muito sentido pensar nas coisas que eu pensava...Para que passar 3 meses longe de casa, num país diferente? Para que correr de um lado para outro nessa cidade louca?
Agora poucas coisas realmente estão importando. Eu posso desistir de tudo, deixar tudo de lado! Mas quero minha mãe no Natal, na minha formatura, no meu casamento, me ajudando a dar banho no meu filho.
E EU ACREDITO QUE ISSO É POSSÍVEL!
Nas duas últimas semanas consegui estudar um pouco, consegui cumprir obrigações. Isso é bom! Minha mãe andou bem pra baixo, chorando muito, mas Graças a Deus há 2 dias ela está mais animada: comenta sobre outros assuntos, assiste TV, lê revistas. E como deve ser dificil para ela lutar!!! De repente saiu de Cruzeiro, da casa dela, largou tudo que faz há anos. Está há exatos 49 dias longe de lá!!! É muito!!! Isso nunca aconteceu. E além disso, ainda tem que conviver com dores físicas, incertezas, milhares de agulhas (o braço dela, que já estava fino, agora está roxo!)...
Nossa!!! Como a vida prega peças mesmo!!!
Sempre tive muita consciência de como minha família era feliz, de como tive sorte em ter os pais que tenho! E sempre tive medo de perder isso. Claro que a gente nunca acha mesmo que vai acontecer com a gente, mas meu lado neurótico e preocupado demais me fazia sentir uma "tragédia" a qualquer momento. Por isso sempre valorizei eles demais!!! Meus programas sempre foram "programas-família", e por ai vai...
Todos sabemos que coisas ruins acontecem, e ninguém está livre. Mas não esperamos MESMO que seja com a gente. E essa é a parte mais dificil disso tudo. Há três meses tudo estava perfeito, pelo menos na minha concepção!!! E Perfeito não é exagero!
Meu irmão passou esse ano no vestibular, e está gostando do curso. Meus pais, embora com saudades do meu irmão, estavam se virando em Cruzeiro sem ele. Meu pai estava às vésperas de se aposentar. Falo de mim: eu estava muito animada com a vida! Esse ano comecei a gostar muito mais da faculdade e de São Paulo! Estava com planos gigantes de futuro...Contei isso para pouquíssimas pessoas (acho que nem deu tempo de contar, mas no fundo achei melhor esperar para ver se ia rolar mesmo), mas tinha fechado um programa de intercâmbio para as férias de final de ano. Íamos uma amiga da faculdade (a Isa, que agora vai sozinha) e eu. Até me lembro de ler no contrato algumas razões de desistência...Tinha alguma coisa ligada a doença grave na família....Quem diria!
De repente tudo se desmoronou. Como uma boa conformista, os planos se espatifarem no chão não é o pior (tenho muito tempo para viver!). E acredito de verdade que as coisas têm um propósito....É engraçado pensar que nesse ano eu estava criando asas, dai alguma coisa me puxou de novo para o ninho...
As prioridades mudaram. Toda euforia que eu estava sentindo passou. Agora nem tem muito sentido pensar nas coisas que eu pensava...Para que passar 3 meses longe de casa, num país diferente? Para que correr de um lado para outro nessa cidade louca?
Agora poucas coisas realmente estão importando. Eu posso desistir de tudo, deixar tudo de lado! Mas quero minha mãe no Natal, na minha formatura, no meu casamento, me ajudando a dar banho no meu filho.
E EU ACREDITO QUE ISSO É POSSÍVEL!
sábado, 5 de julho de 2008
Primeira quimioterapia! Ótimos dias!
Estou atrasada para contar como foi a primeira sessão de quimioterapia da minha mãe.
Posso falar sem sombra de dúvidas que dia 02/07, a ultima quarta-feira (o dia da quimio), foi o melhor dia pelo qual passamos, desde 23/05. Além de acabar aquela ansiedade de "chega de exames, venha logo o tratamento", caiu por terra aquele fantasma que paira sobre A QUIMIOTERAPIA.
Minha mãe estava muito ansiosa, muito muito muito! Estava com medo de passar mal e não fazerem o procedimento. E passar mal não seria dificil. Na consulta com o oncologista, ele tinha dito que tínhamos duas opções: Fazer uma quimioterapia mais fraca, já que minha mãe estava muito debilitada (anêmica, sem comer, sem andar direito, sentindo mal-estar e dor abdominal); ou uma mais forte, que embora aumentasse a probabilidade de reações desagradáveis, daria mais chances a ela. O médico optou pela segunda. Disse que embora ela estivesse fraquinha, era jovem, sem problemas de saúde anteriores, e aumentar chances é tudo que a gente precisa!!!
Então o medo dela tinha lá seu fundamento. Ao entrar no Hospital, na quarta, não tinha funcionário no nosso caminho que não tivesse falado com minha mãe. Ela falava com todo mundo! Queria saber as mais diferentes opiniões sobre os temidos efeitos colaterais, mesmo que na segunda-feira tivéssemos tido uma longa explicação, tanto do médico quanto das enfermeiras, sobre os cuidados e os possíveis efeitos da quimioterapia.
Ao chegarmos na sala de quimio minha mãe se sentou numa cadeira confortável, que logo foi reclinada a seu pedido. Havia mais pessoas na sala "recebendo seus medicamentos". E todos estavam muito tranquilos. Vi uma rapaz ouvindo música e lendo um livro. Uma jovem lia revistas de fofoca. Um senhor dormia calmamente. Minha mãe não parava quieta! Mas estávamos com sorte: os enfermeiros que ficaram com ela ali, durante as 4 horas seguintes, foram muito pacientes, simpáticos, profissionais! Esse Hospital, o Instituto do Câncer de São Paulo, foi inaugurado no inicio de maio, e aos poucos todo o setor de oncologia do Hospital das Clinicas está sendo transferido para lá. Então tudo é novo fisicamente, mas os funcionários são experientes. Depois de passar dias no Hospital das Clinicas, enfrentando fila para tudo, tendo que agradar as enfermeiras para que minha mãe fosse bem atendida (Não é culpa delas. São muitos pacientes e poucos funcionários! Impossivel não se estressar!), entrar num hospital espaçoso, com pouquissimos pacientes, com funcionários educadíssimos, era um paraíso!!! E os enfermeiros em questão me deixaram maravilhada! Que pessoas gentis! E olha que não deve ser fácil! Minha mãe fez mil perguntas a eles, pedia toda hora que mudassem ela de posição. E eles faziam, muito dispostos. Tudo que fossem fazer, desde cobrir o braço da minha mãe, até colocar um novo medicamento, explicavam o que era e a razão daquilo. Assim minha mãe foi se acalmando, foi vendo que aquilo não era nada de outro mundo. Parecia que ela estava tomando soro, e só!
Chamaram um psicólogo para conversar com ela, durante a aplicação. Ela gostou! Comentando comigo depois, ela disse que ele falou para ela não ter medo de mostrar medo ou tristeza, de chorar. E ele comentou que percebeu que uma coisa muito importante ela já tinha: uma família unida. Também, a todo momento, eu, meu pai e meu irmão entrávamos na sala, para ver como ela estava. Uma hora até paramos um pouco para que o psicólogo falasse sozinho com ela.
Cada vez que eu entrava, via a expressão do rosto dela melhorar. Ao terminar todos os remédios, o enfermeiro tirou o "acesso" do braço dela, e fomos embora. Ela estava tranquila! Tinha dado o primeiro passo, e viu que foi muito mais fácil do que esperava. A única coisa que ela sentiu foi o braço amortecido, meio formigando, uma sensação até mesmo "engraçadinha" rsrsrs.
Ao entrarmos no carro, meu irmão foi comer o lanche que tinham dado a ela, e ela tinha recusado. Era um lanche natural, com um suco. E qual não foi nossa surpresa quando minha mãe pediu para comer o lanche!!! Há um mês ela estava chorando ao ver comida, comia três colheres de sopa e já não aguentava colocar nada na boca. Ela comeu um bom pedaço do lanche. Meus olhos se encheram de lágrimas! Lágrimas que dessa vez eram de alegria! Não sei o que aconteceu. Não sei se foi "psicológico", não sei se foi reação dos medicamentos: ela estava com fome, e estava mais disposta. Nesse dia, ao chegarmos na casa da minha tia (onde estamos hospedados há um bom tempo), não tivemos que parar o carro em frente ao prédio, para que ela descesse. Ela andou bem, de onde paramos o carro até o prédio.
Hoje, 3 dias depois da quimio, ela ainda não teve enjoo, nem diarréia. Sua boca está mais sensível, mas isso foi nos explicado. Desde quarta ela está usando bicarbonato para diminuir esse efeito. Ela sentiu também um pouco de dor nas costas, na região dos rins. Isso também nos foi falado, ela tem que tomar 12 copos de água por dia! O efeito colateral mais surpreendente que ela está sentindo é FOME!!! Ou seja, as reações estão a nosso favor!
Ontem, sexta-feira, ao chegar em casa depois de mais uma consulta, ela comeu macarrão! Comida "normal", sem ser batida no liquidificador, com o mesmo tempero que todo mundo da casa. Isso não aconteceu durante o mês de junho inteiro! E meu pai me disse que depois de comer, ele a surpreendeu indo até a cozinha pegar um pouco mais!
Ela estava muito fraca (ainda está!), o médico teve medo de ela se debilitar mais ainda com a quimio, mas arriscou. Tínhamos uma possibilidade infinita de reações possíveis. A boca e os rins estão sendo cuidados, pelo bicarbonoto e pela água. Mas sentir fome foi demais!!! Acredito muito que isso foi um milagre, uma providência divina mesmo! E com toda essa doença, esse tumulto que está sob minha familia, depois de ouvir muitas histórias nesses dias de idas contínuas ao hospital e contato com muitos pacientes, estou aprendendo a perceber que temos que valorizar as pequenas coisas, as pequenas boas notícias. O futuro distante não é o foco. Temos que olhar para o hoje, para o dia de hoje em que está dando tudo certo! Essa semana está terminando muito bem, porque além de comer, minha mãe está conseguindo pensar em outras coisas, falar de outros assuntos. Ontem assistiu TV, leu revistas. Parece pouco, mas não é. É um progresso, e dos grandes.
Ahhhhh e esqueci de comentar. O cabelo dela não vai cair. Ela já tinha até acostumado com a idéia, e quando o médico disse que essa quimio não fazia cair o cabelo, ela até estranhou. Sei que o cabelo é o de menos, mas a essa altura isso vai ser importante. Pelo menos menos a doença não vai estar "na cara".
Posso falar sem sombra de dúvidas que dia 02/07, a ultima quarta-feira (o dia da quimio), foi o melhor dia pelo qual passamos, desde 23/05. Além de acabar aquela ansiedade de "chega de exames, venha logo o tratamento", caiu por terra aquele fantasma que paira sobre A QUIMIOTERAPIA.
Minha mãe estava muito ansiosa, muito muito muito! Estava com medo de passar mal e não fazerem o procedimento. E passar mal não seria dificil. Na consulta com o oncologista, ele tinha dito que tínhamos duas opções: Fazer uma quimioterapia mais fraca, já que minha mãe estava muito debilitada (anêmica, sem comer, sem andar direito, sentindo mal-estar e dor abdominal); ou uma mais forte, que embora aumentasse a probabilidade de reações desagradáveis, daria mais chances a ela. O médico optou pela segunda. Disse que embora ela estivesse fraquinha, era jovem, sem problemas de saúde anteriores, e aumentar chances é tudo que a gente precisa!!!
Então o medo dela tinha lá seu fundamento. Ao entrar no Hospital, na quarta, não tinha funcionário no nosso caminho que não tivesse falado com minha mãe. Ela falava com todo mundo! Queria saber as mais diferentes opiniões sobre os temidos efeitos colaterais, mesmo que na segunda-feira tivéssemos tido uma longa explicação, tanto do médico quanto das enfermeiras, sobre os cuidados e os possíveis efeitos da quimioterapia.
Ao chegarmos na sala de quimio minha mãe se sentou numa cadeira confortável, que logo foi reclinada a seu pedido. Havia mais pessoas na sala "recebendo seus medicamentos". E todos estavam muito tranquilos. Vi uma rapaz ouvindo música e lendo um livro. Uma jovem lia revistas de fofoca. Um senhor dormia calmamente. Minha mãe não parava quieta! Mas estávamos com sorte: os enfermeiros que ficaram com ela ali, durante as 4 horas seguintes, foram muito pacientes, simpáticos, profissionais! Esse Hospital, o Instituto do Câncer de São Paulo, foi inaugurado no inicio de maio, e aos poucos todo o setor de oncologia do Hospital das Clinicas está sendo transferido para lá. Então tudo é novo fisicamente, mas os funcionários são experientes. Depois de passar dias no Hospital das Clinicas, enfrentando fila para tudo, tendo que agradar as enfermeiras para que minha mãe fosse bem atendida (Não é culpa delas. São muitos pacientes e poucos funcionários! Impossivel não se estressar!), entrar num hospital espaçoso, com pouquissimos pacientes, com funcionários educadíssimos, era um paraíso!!! E os enfermeiros em questão me deixaram maravilhada! Que pessoas gentis! E olha que não deve ser fácil! Minha mãe fez mil perguntas a eles, pedia toda hora que mudassem ela de posição. E eles faziam, muito dispostos. Tudo que fossem fazer, desde cobrir o braço da minha mãe, até colocar um novo medicamento, explicavam o que era e a razão daquilo. Assim minha mãe foi se acalmando, foi vendo que aquilo não era nada de outro mundo. Parecia que ela estava tomando soro, e só!
Chamaram um psicólogo para conversar com ela, durante a aplicação. Ela gostou! Comentando comigo depois, ela disse que ele falou para ela não ter medo de mostrar medo ou tristeza, de chorar. E ele comentou que percebeu que uma coisa muito importante ela já tinha: uma família unida. Também, a todo momento, eu, meu pai e meu irmão entrávamos na sala, para ver como ela estava. Uma hora até paramos um pouco para que o psicólogo falasse sozinho com ela.
Cada vez que eu entrava, via a expressão do rosto dela melhorar. Ao terminar todos os remédios, o enfermeiro tirou o "acesso" do braço dela, e fomos embora. Ela estava tranquila! Tinha dado o primeiro passo, e viu que foi muito mais fácil do que esperava. A única coisa que ela sentiu foi o braço amortecido, meio formigando, uma sensação até mesmo "engraçadinha" rsrsrs.
Ao entrarmos no carro, meu irmão foi comer o lanche que tinham dado a ela, e ela tinha recusado. Era um lanche natural, com um suco. E qual não foi nossa surpresa quando minha mãe pediu para comer o lanche!!! Há um mês ela estava chorando ao ver comida, comia três colheres de sopa e já não aguentava colocar nada na boca. Ela comeu um bom pedaço do lanche. Meus olhos se encheram de lágrimas! Lágrimas que dessa vez eram de alegria! Não sei o que aconteceu. Não sei se foi "psicológico", não sei se foi reação dos medicamentos: ela estava com fome, e estava mais disposta. Nesse dia, ao chegarmos na casa da minha tia (onde estamos hospedados há um bom tempo), não tivemos que parar o carro em frente ao prédio, para que ela descesse. Ela andou bem, de onde paramos o carro até o prédio.
Hoje, 3 dias depois da quimio, ela ainda não teve enjoo, nem diarréia. Sua boca está mais sensível, mas isso foi nos explicado. Desde quarta ela está usando bicarbonato para diminuir esse efeito. Ela sentiu também um pouco de dor nas costas, na região dos rins. Isso também nos foi falado, ela tem que tomar 12 copos de água por dia! O efeito colateral mais surpreendente que ela está sentindo é FOME!!! Ou seja, as reações estão a nosso favor!
Ontem, sexta-feira, ao chegar em casa depois de mais uma consulta, ela comeu macarrão! Comida "normal", sem ser batida no liquidificador, com o mesmo tempero que todo mundo da casa. Isso não aconteceu durante o mês de junho inteiro! E meu pai me disse que depois de comer, ele a surpreendeu indo até a cozinha pegar um pouco mais!
Ela estava muito fraca (ainda está!), o médico teve medo de ela se debilitar mais ainda com a quimio, mas arriscou. Tínhamos uma possibilidade infinita de reações possíveis. A boca e os rins estão sendo cuidados, pelo bicarbonoto e pela água. Mas sentir fome foi demais!!! Acredito muito que isso foi um milagre, uma providência divina mesmo! E com toda essa doença, esse tumulto que está sob minha familia, depois de ouvir muitas histórias nesses dias de idas contínuas ao hospital e contato com muitos pacientes, estou aprendendo a perceber que temos que valorizar as pequenas coisas, as pequenas boas notícias. O futuro distante não é o foco. Temos que olhar para o hoje, para o dia de hoje em que está dando tudo certo! Essa semana está terminando muito bem, porque além de comer, minha mãe está conseguindo pensar em outras coisas, falar de outros assuntos. Ontem assistiu TV, leu revistas. Parece pouco, mas não é. É um progresso, e dos grandes.
Ahhhhh e esqueci de comentar. O cabelo dela não vai cair. Ela já tinha até acostumado com a idéia, e quando o médico disse que essa quimio não fazia cair o cabelo, ela até estranhou. Sei que o cabelo é o de menos, mas a essa altura isso vai ser importante. Pelo menos menos a doença não vai estar "na cara".
Assinar:
Postagens (Atom)